quarta-feira, 31 de outubro de 2007

E o anúncio da copa do mundo da FIFA no Brasil em 2014 detonou uma explosão de ufanismo e alegria na gente brejeira deste país tropical. Não importam os problemas, afinal, o mérito de jogadores de algumas gerações que traduziram-se em 5 conquistas mundiais e uns 2 ou 3 vice-campeonatos, além da participação em todas as copas do mundo credencia o país, esportivamente falando, a sediar uma de suas edições.

O que é tratado como "conquista nacional", não é senão mérito de algumas centenas de jogadores que venceram os torneios e da força pessoal do Sr Ricardo Teixeira, influente na política da entidade organizadora. Razão para esta euforia pela "conquista nacional" então, não há nenhuma. A vitória é DELES, que por um acaso são brasileiros e não de todo o povo que até hoje só construiu, em sua maioria, essa desordem poluída e violenta chamada Brasil.

Dizem que tal evento traria investimentos e "melhorias" na infra-estrutura do país. Pode ser, afinal, os exemplos da Alemanha, França, Coreia e Japão mostram que a infra-estrutura melhorou sim. Mas pera aí! Estamos falando de Brasil. Brasil entenderam?

Há pouco ocorreu o tal "Pan do Rio" que também prometia linhas de metrô, remoção das fétidas e horrorosas favelas, uma nova malha viária, despoluição das águas. E o que se viu?

Imensos, superfaturados e semi-inúteis estádios e arenas que permanecerão fechados a maior parte do ano(um deles dado de presente ao clube do coração do atual prefeito) e maquiagens por toda parte. De obras concretas, nada. A menos que uma ridícula faixa seletiva pintada no asfalto para as delegações e o despejo de perfume nos asquerosos rios poluídos da Bacia de Jacarepaguá seja a idéia de infra-estrutura que tem-se no Brasil.

O Rio de Janeiro aliás é um tratado à parte sobre como o brasileiro em geral toma para si méritos que não são dele e como as intervenções que realiza no ambiente que teve, talvez, o azar de abriga-lo só prestam para polui-lo e enfeia-lo.

O Aterro do Flamengo é um belo exemplo. Poderia-se dizer que é uma intervenção humana que deu certo, que é bela. Bem, estudos já provaram que o aterramento destruiu a capacidade do mar ali renovar-se condenando aquele pedaço chamado Enseada de Botafogo a ser uma poça de agua podre para sempre, a menos que se remova o tal aterro. Veja que os sábios não imaginaram que aquele vai e vem do mar servia entre outras coisas para diluir a imensa quantidade de bosta sem tratamento algum que eles mesmos atiravam diariamente nas águas.

A "Cidade Maravilhosa" tem, como parte da tal maravilha as suas praias, suas montanhas e o que sobrou de suas florestas. Tudo obra da mãe natureza que o carioca com suas favelas, viadutos, bairros de ruas apertadas e esgoto a céu aberto só soube destruir. À exceção da faixa costeira da Prainha até o Aeroporto Santos Dummont alguém teria coragem de chamar a cidade de "maravilhosa"? Jardim América? Penha? Pavuna? Honório Gurgel?

Subúrbios escaldantes, fedorentos, caóticos, sem infra-estrutura. Isso é maravilhoso?

O que o "Pan do Rio" melhorou na vida destas pessoas que continuam pegando trens lotados, ônibus que parecem feitos para levar gado e morando sitiados pela violência?

A poluição das águas é um compêndio sobre como o ser humano inescrupuloso e ignorante aliado ao mau caratismo pode ser nocivo ao ambiente em que vive. Os japoneses através do BID já torraram milhões de dólares e o nada foi feito além de esqueletos de estações de tratamento que mal funcionam(quando funcionam) e do piscinão de Ramos. Uma vergonha nacional.

Dito isto, como ficar esperançoso de que a tal Copa não seja apenas mais uma festa de gastança e super-faturamento, de promessas vazias e "jeitinhos" brasileiros, deixando como herança algumas arenas e muitas contas para pagar?

Sempre foi assim desde que D Pedro I resolveu cagar atrás de uma moita e aproveitou para fundar este país, porque haveria de ser diferente agora?

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Tenho pena de tudo, menos do imbecil voluntário.

Dito isso, não consigo entender como num ambiente mais favorecido como é a internet, propaga-se gente tão tacanha e intelectualmente menos favorecida. Qualquer meia dúzia de palavras, qualquer ironia menos inteligente tira essas pessoas do sério de um jeito que elas não tem o menor pudor de abrir seu estoque de idiotices que fariam vergonha num asno de pai e mãe.

Daí fica a conclusão: como a internet conta(sabe-se lá como) com a "elite" cultural e sócio-economica do Brasil, noves fora a inclusão digital, pode-se supor o nível do restante da população e fica claro porque nossos políticos são a desgraça que são e porque se elegem em troca de camisetas e pedaços de bolo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Essa semana eu li que o Senado, para dar uma lição no governo, resolveu vetar a criação de mais uns 600 cargos(como se já não houvessem bastante cabides) e do "Ministério das Políticas de Longo Prazo"(ou algo assim, confesso que o nome pouco me importa) que seria chefiado pelo Mangabeira Unger.

É de fazer cair toda a arcada superior sobre os sapatos uma coisa dessas. Tamanha a inutilidade de certas coisas só pode ser comparada mesmo a colocar rodas em um navio(daí seria problema do Ministério da Infra-Estrutura ou da Pesca?).

Daqui a uns dias, inspirado em seus "amigos" Chavez e Ahmadinejad entre outros, o governo cria um "Ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício" chefiado por algum indicado pelo Renan Calheiros e um "Ministério Bolivariano", comandado por algum bravo guerrilheiro forjado nos campos de batalha da PUC ou do Posto 9 de Ipanema.
 
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