segunda-feira, 31 de março de 2008

Lendo a revista Programa do Jornal do Brasil eu acabei sabendo do trabalho de uma nova cantora chamada Mallu Magalhães. Soube na reportagem que ela é a nova queridinha dos internautas, que seu sucesso propagou-se através do My Space e que o Rodrigo Lariu, o papa dos indies, recomendava que se chegasse cedo ao seu show em uma boate da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Enfim, depois de tamanha recomendação lá fui eu(escravo da informação) buscar saber quem era realmente a tal Mallu e, principalmente, como era essa música que conquista tantos corações assim.

Achei uma menina muito bonita e inteligente, que escreve músicas em inglês mesmo sem dominar a lingua indo-européia e que canta coisinhas bonitas como "atrás das flores em uma luz, ela achou o sol", trecho do seu hit "Tchubaruba".

Um cruzamento de Fernanda Takai com Juliana Hatfield no que diz respeito à voz de criancinha(ela na verdade o é, já que só tem 15 anos) misturado com algo como um gato sendo torturado em água fria em certos momentos.

Tudo muito simpático, mas tal qual a existência de uma "tribo"(argh, odeio este termo) que pode até não se auto-denominar "indie", porém que aceita o rótulo de bom grado, tudo anacronico e meio passado.

Na boa, mas é chato ainda existirem barbudinhos e homens e mulheres com cortes de cabelo infantis, usando roupinhas engraçadas e jogando ludo, alguns já praticamente nos postos de fronteira e aduana do balzaquianismo, procurando novidades musicais que, muitas vezes, não passam disso: novidades. E nem sempre isso quer dizer algo que preste.

Roupinhas ensebadas, chapéus esquisitos, ombro encolhido, olhar baixo, timidez calculada, um saco, mas a fórmula é boa, tanto que está aí que nem o Jason da série Sexta-Feira 13, sobrevivendo até ao inverno nuclear do binômio Axé-Funk.

Não que a mocinha seja ruim, mas também não é boa, é que fica aquela coisa de "vamos buscar uma estrela do My Space",afinal, já que a Lily Allen surgiu por ali, porque não uma brasileira?

Daí o Tim Maia já foi nosso Little Richard, Roberto Carlos nosso Elvis Presley, a Legião Urbana nosso The Smiths e por aí vai, sempre com uma versão "acarajé" do que acontece lá fora. Até as boy bands e um "We are the world" nós já tivemos...

Talvez lá na India(sem trocadilhos com a "tribo") eles sofram o mesmo problema, com um Elvis, um Little Richard, um The Smiths indianos lembrando-lhes ora que alguns deles podem ser tão talentosos quanto os originais e ora causando-lhes episódios de vergonha alheia como tantos que eu já vivi por aqui.

Mas a India não é problema meu, o que acontece lá tem pouca ou nenhuma capacidade de encher o meu saco, sendo assim, o aparecimento de uma menininha cantando musicas infantilóides num violão lá em Bombaim me é indiferente, aqui na minha esquina já não é.

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