Superado o busílis e guardadas as carapuças, vamos falar de script para aumentar seguidores no Twitter. Existem maneiras diferentes de utiliza-lo e admitir seu uso.
Muita gente prefere a via simplória de adicionar perfis gringos com muitos seguidores "follow back"(que seguem de volta automaticamente). Esses conseguem catapultar-se de mil, mil e poucos seguidores para mais de 10 mil em coisa de uma semana.
Conseguem um número expressivo de seguidores, aparecem bem nos rankings, mas tem pouca ou nenhuma capacidade de interatividade com eles, já que a maioria ou é fantasma ou não fala o mesmo idioma.
É um crescimento vazio. Temos tanta gente que cresceu assim e não vi nenhum deles ser entrevistado ou aparecer mais do que no ranking propriamente dito, menos ainda ser levado muito a sério.
Outros, como é o meu caso (posso falar por mim, é lógico), escolhem usuários às vezes até com menos seguidores que o próprio, mas que tem um perfil parecido com o seu. Quer dizer, vai em alguém que fala sobre cinema, piscicultura,mambo, maçonaria, crítica social, política, etc e identifica ali pessoas com as quais pode ter algo em comum. Adiciona-as e passa a interagir com elas.
É um trabalho mais meticuloso, porque envolve "limpar" a lista de pessoas que segue de perfis de empresas, sites, fakes, gringos, etc. Você gasta tempo, dedo, mas vale a pena, porque termina conhecendo um monte de pessoas que jamais conheceria caso não houvesse adicionado todos aqueles perfis.
É mais ou menos como anunciar na TV, você escolhe um horário e um programa onde provavelmente estará ligado seu público alvo, massifica a mensagem e fica aguardando que seu consumidor vá até você. No fim, a escolha é dele, você apenas se pôs em disponibilidade.
Considero o uso do script desta maneira como racional. Quem não é famoso, quem não participa da elite da Blogaria, quem não tem acesso a outras pessoas pelos métodos já tradicionais da internet, vai atrás de quem possivelmente tenha algo em comum consigo.
Já conheci, interagi e aprendi muito com pessoas que jamais conheceria caso não tivesse usado o recurso, conseguido vários followers e passado a conviver diariamente com eles. O que os levaria a me conhecer caso não fosse isso?
Então ajudou sim. Mas se muitos ficam mesmo depois de passarem a me conhecer, aí é mérito meu.
Eu pelo menos não finjo que sou alguém "importante". Tenho as minhas verdades, mas elas não são necessariamente a verdade. E por maior que seja o blogueiro, colunista virtual, celebridade cibernética ou qualquer outro termo que os "in" quiserem utilizar, mais de 90% da população do Brasil com certeza não sabe quem eles são.
Então vamos parar com esse negócio de "eu sou o cara", porque isso tudo aqui é tão importante para a maior parte do mundo quanto o campeonato tibetano de xadrez.
Utilizar script de forma direcionada é estratégia, mas para quem não sabe faze-la ou não tem disposição para tal, soa como "trapaça". Se for assim, a Coca-Cola, as montadoras de automóveis ou lojas de roupa deveriam colocar um "homem sanduíche" na esquina, berrando seu nome e pronto. Pra que focar um público? Pra que investir em meios de atingir cada vez mais pessoas?
Ninguém tem culpa se um ou outro precisou fazer 200 listas sobre "O que fazer com seu blog", "O que não escrever no Twitter", "Como ser um internauta relevante" ou ainda "1001 maneiras de instalar uma placa de vídeo", enquanto a @Aliastes (ex @Twittess), por exemplo, só precisou escolher seu público alvo, adicionar em massa e passar a interagir com milhares de pessoas, crescer, aparecer e terminar dando entrevista até para a Playboy.
Eu sei que pode ser revoltante para uma pessoa saber que viajou do Rio a São Paulo de charrete, enquanto outra foi de avião, mas isso não configura necessariamente "trapaça". É estratégia, é atalho sim, é uma ferramenta e principalmente, é algo fora do que o "mainstream da aldeia" prega para os outros fazerem.
Digo isso porque vários deles se aproveitaram de bugs no sistema de blogs para inflar visitas (algo muito mais trapaceiro do que adicionar pessoas que provavelmente terão algo em comum com você), fazem auto-promoção descarada, tomam atalhos e também usam scripts para o Twitter, mas condenam quem faz igual.
A diferença é que usam e depois fingem que não. Usam e depois dizem que era "só de brincadeira". Usam e depois fazem de conta que não usaram. Exemplos são fartos, como a @rosana e o @interney que estão aí para provar o que eu digo.
Mas estes são blogueiros, estes são "professores", estes são relevantemente "antigos" e com história, resumindo: eles podem.
Como disse no texto que escrevi sobre a revolta em torno da Tessália, isso nada mais é do que defesa de interesse, reserva de mercado ou simplesmente, mijar para marcar território.
É muito abuso alguém que não "ralou" na Blogaria ser seguido por milhares de pessoas, ter suas opiniões ouvidas e até aparecer aqui e ali.
Sugiro a estas pessoas que tomem uma charrete ou entrem numa canoa na próxima vez que tiverem que viajar.
Sugiro também que removam todos os banners que lhes rendem um dinheirinho de seus sites. Vão para a rua! Vão distribuir panfleto no sinal! Ficar de bunda sentada na internet, cagando regra e ainda ganhando por isso é desonesto com as pessoas que passam o dia no sol trabalhando para as imobiliárias, compradores de ouro e casas de prostituição.
Existe lógica nisso? Não. Mas vai explicar certas coisas para quem, até mesmo por causa do tipo de serviço que estão acostumados a utilizar, o Blog, só está acostumado a promover monólogos.
Não conheço paradigma que seja rompido sem gritaria, sem esperneio e não seria diferente no caso do Twitter. É um universo novo, ainda que habitado mais ou menos pelos mesmos personagens que já utilizaram Blog, Orkut e alguns até o chat do UOL.
Ninguém gosta de admitir que foi superado de certa forma, afinal, é mais fácil explicar que a Tessália fez mais sucesso que os cagadores de regras no fato dela usar script, dela ser bonita, dela ser isso, aquilo, do que simplesmente por ela ter se adequado e entendido melhor o funcionamento do Twitter do que a maioria dos PhDs que a fustigam.
No final, é como a velha piada do português que inventou o limpador de para-brisas, mas o japonês aperfeiçoou e colocou-o do lado de fora do vidro. A diferença é que funciona.