segunda-feira, 1 de junho de 2009

Nossa brava gente brasileira é chegada a uma unanimidade. Mesmo com todas as advertências do nosso velho mestre Nelson, preferimos a burrice acompanhada que a solidão de um pensamento racional.

Digo isto porque temos esta tendência a criar mitos, formadores de opinião, grandes artistas, sucessos retumbantes sem que por trás de todo o foguetório tenha nada além da fumaça que ele provoca. Já aconteceu isso com todo tipo de gente, e se formos pensar que até o falecido Clodovil já ditou opinião neste país, vemos que ser seguido por numerosa manada não é lá algo que qualquer um possa se orgulhar demais.

O queridinho atual é o blogueiro/twitteiro/CQCzeiro Marcelo Tas. Com algo em torno de 3 décadas de carreira artística, nosso fenômeno internético-televisivo pode orgulhar-se de ter sido o Ernesto Varela, o Professor Tibúrcio, o Telekid e agora âncora do CQC, cópia de um programa argentino que é vendido por aí tal qual franquias da Casa do Pão de Queijo.

Com este vasto cabedal, o nosso Tas virou referência para quase tudo. Os seus seguidores(no sentido mais amplo, não apenas o twíttico), repetem(ou seria rettwitam?) tudo o que ele diz como se fosse a Pedra de Roseta.

Às segundas-feiras então o Twitter parece um live stream do programa do indivíduo. Você simplesmente não consegue se livrar dele, nem que queira. E o que é o tal programa? Um Pânico na TV engravatado. Um enlatado hermano. Uma chatice sem dó, com perseguições a pessoas na rua e piadas nem sempre de muito bom gosto.

O programa é simplório, apela para um tipo de humor velho e reciclado, não tem novidade alguma ali a não ser os protagonistas, mas...

Mas ouse falar mal ou discordar do que pensa o nosso novo Moisés! No mínimo é porque você tem inveja da mesada que ele ganha da Telefônica para ser, segundo o Diogo Mainardi, o seu "homem-sanduiche". Ou porque é algum "gênio anônimo", morto de inveja de tanto talento, criatividade e...fama! Ah, o mundo de Caras!

Aliás, alguém muito bem disse no Twitter: inveja é o novo nome que as pessoas dão para os motivos que levam qualquer um a discordar delas. Fica bem mais fácil assim, não é?

Nesse meio tempo de reverendo Moon do Twitter, o Marcelo Tas já criou caso com um fake seu, brigou com o Diogo Mainardi e duvidou que o técnico do Corinthians(time com a segunda maior torcida do país) pudesse ultrapassa-lo em número de seguidores sem que usasse subterfúgios fraudulentos. Nota-se que é uma obra de fazer inveja a qualquer aspirante a twitteiro famoso e formador de opinião.

O ponto disto tudo que eu disse aqui, é que parece que o brasileiro médio vive atrás de alguém pra seguir. Seja o Marcelo Tas, seja o Ratinho, seja a Hebe, a Ivete Sangalo, o Luciano Huck, basta que seja "famoso" e obtenha a chancela da TV ou da grande mídia impressa, que o conteúdo do que a pessoa diz ou o valor real de sua obra é relativizado e aquilo tudo que ele diga ou vomite(dependendo de quem e da ocasião) passa a valer como verdade absoluta.

Quem discorda, quem não se interessa e quem se "rebela" só pode ser invejoso, amargo, azedo, mau-humorado, afinal, como é que alguém pode discordar de algo se centenas de milhares de pessoas acham aquilo "legal, engraçado, espirituoso, importante, válido"? Quem ou o que o indivíduo pensa que é para colocar-se acima da manada?

Não deixa de ser uma lógica, mas pensada assim, de forma clara e objetiva, essa é a lógica que quer para você? Eu não.

7 comentários:

Mc Kiko (douguod) disse...

eu também não vejo essa mesma graça que todo mundo vê no CQC. Acho um programa bem razoável. O Pânico me diverte mais. Não duvidando do talento dos integrantes, pois sempre assisto "improvável", stand-up e afins. Assim como muitos caras bons estão no zorra total, fazendo papel de palhaço.

Emerson Damasceno disse...

meu caro, show! mt bom. eu não diria melhor. aliás, em meu post, não disse.
Se der, coloca os outros links que te passei, pois apesar de dissonantes, não estamos sozinhos.]
abraços Anômicos

Tessa disse...

Meu pai sempre me disse: "se muita gente gosta só pode ser ruim".

Micael disse...

A internet e Twitter só estão desfazendo o mito da televisão. Todos nós somos desinteressantes, exibidos, impositivos e intrometidos. Até mesmo esse post tem uma boa dosagem disso tudo. Isso faz parte da natureza humana mesmo, a gente só precisa aprender a conviver.

Micael disse...

Tão pretensioso quanto dizer que aquilo que todo mundo gosta é ruim é dizer que só porque uma minoria não gosta, esta, por algum critério de superioridade intelectual, está com a razão.

Expedito Paz disse...

Ernesto Varela era um personagem bem mais bacana que esse de apresentador do CQC... o fato é que nas segundas à noite, eu não dou audiência pra esse treco.

Leandro Ravaglia disse...

Escreve bem hein, fio? Sabia não.

Gosto do programa e do Marcelo, mas essa aura de "Deus supremo da blogosfera" é irritante mesmo.

 
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