
Na mesma semana que isso acontece duvulgam que 18 mil corpos por ano são recolhidos nas ruas do Rio de Janeiro, vítimas da violência e que uma mulher foi incendiada em plena Avenida Brasil (aliás, o nome desta avenida caótica, suja, favelizada, feia, poluída e com um piscinão de Ramos às suas margens é bem esclarecedor), esquertejada e depois incinerada numa montanha de pneus, e tudo o que se fala é da limpeza do nosso nome no "SPC" mundial e da polêmica sobre o professor na Bahia que disse que "berimbau é coisa de quem tem pouco neurônio, porque se tivesse mais de uma corda não iriam conseguir toca-lo" e que a musica do Olodum é primária, de baixa qualidade.
Pronto! O ufanismo da gente brejeira ulula e todos saem em defesa do lixo cultural literalmente monocórdio, e daquele batuque insuportável, repetitivo, tribal.
Sobre a violência, o sistema de saúde assassino, sobre a favelização, as mortes diárias pela violência, a poluição, a esculhambação generalizada que é este país, nada.
Aqui banaliza-se tudo. Até mesmo a morte é relativizada em favor do oba-oba sem fim. Ganhamos um BBB- da Standard and Poor´s e voila, tudo agora está bem, estamos na "ante-sala" do primeiro mundo, segundo li em alguns jornais. Podemos pegar até um carnê das Casas Bahia, vamos reclamar de que?
Não sei se concordo com a festa toda ao redor disto e se esta nova condição de BBB- irá refletir-se em uma melhoria do "resto" todo do país (a tal auto-suficiência no petróleo não serviu para bulhufas, afinal, ainda pagamos mais que o dobro do que os americanos pagam pelo litro da gasolina), mas de uma coisa tenho certeza: ante-sala do mundo que nada, continuamos a estar é no seu quintal mesmo.
E cheio de focos da dengue ainda por cima.
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