quarta-feira, 14 de maio de 2008

Seria coisa de manada (menos densa, é verdade, porém igualmente manada) só falar do que acho errado e jamais citar o que existe de bom no Brasil. E é sobre isso que escrevo agora.

Estive hoje no 3º Pré-Meeting de Responsabilidade Social do Instituto Bola Pra Frente, mantido pelos ex-jogadores Jorginho e Bebeto.

O Instituto mantém um programa de capacitação e ensino para jovens da favela do Muquiço, em Guadalupe, Rio de Janeiro, e presta um serviço de inclusão social fantástico.

Outro dia mesmo critiquei os jogadores de futebol pela sua falta de cultura, mas tenho que dar o braço a torcer: Jorginho e Bebeto colocam-se ao lado de outros brasileiros que, individualmente e à margem da politicalha do governo, prestam um serviço relevante ao nosso país.

Poderiam estar como tantos outros consumindo picanhas e "Marias Chuteira" em igual quantidade, mas reservam parte de seus recursos pessoais e de seu tempo para tirar pessoas de uma situação de falta de esperança quase total, descobrir talentos e colocar em prática um mote muito interessante e útil ao Brasil atualmente: por um placar social justo.

Eles procuram abrir portas, o que é louvável em nosso país do QI, ou "quem indica", e contribuem assim com a retirada de jovens dos braços do crime e da indigência cultural e social.

Assisti a uma palestra do técnico da seleção brasileira Dunga, que doou seu cachê para ajudar o Instituto e contou histórias interessantes sobre seu tempo de jogador e, mais recentemente, como técnico da seleção brasileira.

Confesso que fui ao Pré-Meeting mais interessado em ouvir o Dunga do que no Instituto e saí de lá encantado com o trabalho deles e agradecido pelo Dunga ter sido apenas um chamariz do que foi o principal: as crianças do Bola Pra Frente.

Fizeram uma breve apresentação musical e, mais do que isso, mostraram em seus rostos e sorrisos a inocência e a felicidade da infância, que com certeza já estariam perdidas caso eles estivessem entregues à própria sorte, como outros tantos infelizmente estão.

Em um país de políticos imprestáveis e jogadores de futebol alienados, é sempre muito bom encontrar pessoas que fujam deste lugar comum do "eu e meu umbigo no mundo de Caras" que é tão corriqueiro.

Obrigado aos três craques por diminuirem um pouco o meu pessimismo em relação ao Brasil. Para ficar completo, só mesmo a implosão do Congresso Nacional, mas aí seria sonhar alto demais.

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